segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

6 Horas Resistência Airbike 2009 - Como foram para mim.

Depois da volta de sábado, meti a bicicleta no carro e comecei a preparar as coisas para o domingo, tenho sempre a sensação de que me esqueço de alguma coisa.Às 9:20, cheguei ao local das 6 Horas Resistência Airbike. Fui buscar os dorsais e montei a bicicleta, entretanto chega a Adriana, o José Pereira e mais pessoal da Marinha Grande. Obrigado pelas fotografias Adriana. O Gualdino e o João da Maiorga também já andavam por lá.Depois fui pôr a bicicleta numa espécie de parque fechado, o regulamento da Airbike faz com que as bicicletas tenham que ser marcadas para que não haja troca de quadros e rodas. Não vejo muita necessidade disso, nos EUA, nas provas de resistências,alguns atletas até tem 2 bicicletas que vão trocando ao longo da prova para que os assistentes possam ir fazendo as reparações necessárias, regras são regras. A quinze minutos para as 11 horas, fomos levantar as bicicletas ás verificações encontro o Carlo (sem s) da Marinha Grande.António Girão um veterano nas provas de 24 horas também esteve. por lá. As suas participações são sempre por uma causa solidária. Para as 24 horas de Lisboa e a Maratona de Portalegre, já tem mais uma iniciativa planeada.
11:00 toca a buzina! Não fiz o reconhecimento, tenho 6 horas pela frente, não há muita pressa, não quero levantar muito as pulsações. Mas não consigo, as sucessivas subidas fazem o coração bater forte. Os trilhos eram bem giros e logo no inicio aparecem duas lombas creio que ainda dei um salto ou dois aqui, nem parece coisa minha!!! Uma coisa que eu gosto nas provas em que participo é entrar num estado mental em que estou verdadeiramente concentrado e focalizado no que estou a fazer, isto não consigo encontrar nas minhas voltas domingueiras com o pessoal amigo.A bicicleta a 3 horas do fim, mais um pouco de óleo misturado com lama.
Dei 8 voltas ao percurso que ia ficando cada vez pior, não vale a pena criticar a organização, é mesmo assim tem estado a chover à muito tempo, não há nada a fazer. Para não ter furos levei os pneus com bastante ar 40/45 psi, gostaria de ter levado os pneus com o kit tubeless para puder levar pressões mais baixas e conseguir ter mais tracção nas subidas, ainda assim os pneus portaram-se bastante bem, por 7 vezes senti mesmo o cardado a cravar na terra e na lama e safarem-me de uma queda certa.
Já sei porque é que os atletas de ciclocross não usam 3 pratos na pedaleira, é porque não é preciso! Na lama, mesmo lama, o melhor é utilizar o prato do meio, só assim é que conseguimos progredir, como não tenho as pernas deles, por vezes tive mesmo que meter a pequenina.
Quando preparo uma prova, esqueço-me sempre de alguma coisa, umas mais importantes do que outras, desta vez foi o meu balde das lavagens com a esponja e as escovas. Durante a prova lembrei-me várias vezes de como teria sido bom ter lavado e escovado as mudanças e a corrente. À falta disso parei numa poça grande depois da descida da lama, lavei aí transmissão por duas vezes. Ainda assim lá mais para o fim a corrente começa a enfiar-se entre a pedaleira e o quadro, ainda tentei pedalar para trás mas como isto me acontecia nas subidas, tinha mesmo que parar e tornar a arrancar.
Desta vez queria mesmo ir-me alimentando com método e creio que consegui, desta vez levei os gels da Isostar e uma barras pequenas com sabor a amendoa, gostei destas barras, parecia aqueles doces do Algarve quando passei no carro ainda comí umas duas bananas. 40 em 40 minutos lá ia um gel ou uma barrita.Nesta prova levei umas capas de neoprene nos pés e ainda bem, como tenho má circulação, se tivesse andado com os pés molhados teria sido bastante mais difícil. O colete também foi uma boa escolha, pois enrodado cabia no bolso do jersey e a andar protegeu-me do vento e da chuva, por ser colete não me causou aquele calor do casaco impermeável.
Só tive uma caimbra quando tive que desmontar para não cair, mas depois de pedalar levezinho, lá passou. Nas duas últimas voltas já tive que fazer duas subidas a pé o terreno, a pressão dos pneus e o cansaço foram mais fortes.
Durante estas 8 voltas andei muitas vezes com o Gonçalo dos Tigres do Pedal. Pelos vistos temos o mesmo ritmo de andamento, não conversamos muito, as subidas não davam para isso mas creio que foi bom para os dois a companhia silenciosa!
Cheguei à meta faltavam 10 minutos para completar as 6 horas, o regulamento da prova obriga aos participantes completarem a sua última volta depois das 6 horas de prova por isso alguns participantes esperavam antes da meta a chegada das 6 horas para terminarem a sua prova. Devo ter pensado que ainda não estava suficientemente amassado, lá passei a meta para dar a volta final, a que mais me custou a fazer que por saber que era a última dei mais um pouco de mim, pois tinha que completar essa volta antes das 7 horas de prova (6+1 hora para a última volta). Pormenor agradável foi o animador ir dizendo o nº dos dorsais, o nome do atleta e da sua equipa, foi "fixe" ouvir "(...)da equipa: asminhaspedaladas.com"Na chegada estava a família toda, filha, mulher,mano, pais, sogros!!! Aqui estava a olhar para um figo seco, comi-o...A tarefa da lavagem das bicicletas coube aos bombeiros
O banho foi com água morna, mais uma vez esqueci-me da toalha, sequei-me com a t-shirt. Banho tomado, ataquei o caldo verde e duas bifanas regadas com Coca-cola, muitas calorias na companhia de pessoal amigo que ainda andava por lá.Esta foi a minha segunda prova em que participei com a Gary Fisher e mais uma vez foi a única 29er presente. Uma das desvantagens das 29ers é que acumulam mais lama. Isso é verdade, mais superfície, mais lama. Uma outra desvantagem atribuída ás 29er é que é má a subir. Pode até ser verdade, nas 26 sobe-se com mais facilidade, mas como já disse anteriormente, cada pedalada que dou a subir, especialmente na pedaleira pequena 22X34, ando realmente mais qualquer coisa, e não tenho aquela sensação de pedalar e nunca mais sair do mesmo lugar. Custa mais? Sim custa, por causa do maior diâmetro da roda os 34 dentes da cassete equivale a 32 com roda 26, com ainda não à 36, tenho que começar a pensar em arranjar pernas para subir. A grande vantagem nesta prova foi a estabilidade conseguida. Por ter a pedaleira mais baixa que os eixos das rodas, o centro de gravidade baixa. Este é um outro mito das 29er é que o eixo está mais baixo que nas 26 mas não é isso que acontece, a distância ao chão é a mesma , os pontos de contacto do eixo das rodas é que estão mais altos do que nas 26. Quem me via a andar na lama até parecia que tinha alguma habilidade, mas o segredo estava na estabilidade da 29er, se fosse com a Mondraker teria passado por cima do guiador nas duas passagens da estrada de alcatrão depois do ponto de abastecimento de água, roda maior melhor ângulo de ataque no ataque ás valas de frente!Quem quiser experimentar uma bicicleta com roda 29 tem que o fazer nos trilhos ou em terreno acidentado, só assim verão a diferença.
Domingo à noite estive a lavar a roupa... Já saíram as classificações do dorsal 164... 8 voltas dadas, fiquei em 46º da geral e em 19º na classe veteranos A. 40 participantes não terminaram a prova. O Rescaldo deste evento no forumbtt aqui.
Próxima prova, é já no Domingo em Alvaiázere.

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