Há poucos meses passei a frequentar o
Projecto BTT, foi uma agradável surpresa que conheci no
tópico da roda 29, mais alguns bttistas despreconceituosos capazes de esperar para ver o que é uma bicicleta com roda 29. O Hugo Carvalho é um dos "projectista" que já testou uma 29er, mais concretamente uma Gary Fisher Paragon. Simpaticamente enviou-me a sua análise e as fotografias que segue em baixo.
Mas esta não é a unica Paragon a rolar já em Portugal, pois já há mais uma na Marinha Grande, não, não é minha, mas gostava que fosse!Fica aqui a grande questão quem será o primeiro a ter uma Gary Fisher Superfly???Será que vai ser o Hugo???
"Análise Gary Fisher Paragon 29er
Tamanho: LG (19")
(...)(características técnicas)
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Dia 14 de Março, um dia que para muitos nada dirá mas que para mim ficará na memória. Pode-se mesmo dizer que se fez mais um pouco de história no BTT Nacional. A primeira 29er em Portugal para testes, foi testada! Tive o enorme prazer de ser o primeiro a fazê-lo e só tenho a agradecer ao amigo Vitor Vitorino do Clube BTT Vale de Barrios/ VBBikes, a oportunidade que me deu.
A máquina de roda 29 é a Gary Fisher Paragon. Confesso ser um apaixonado por 29ers mas uma paixão à antiga... à distancia. Já anteriormente tinha experimentado algumas 29ers mas apenas para pequenas voltas sem nada de mato. A amada (Gary Fisher SuperFly) de certeza que não se sentirá enganada por me ter montado na Paragon e desfrutado de uns dos melhores trilhos nacionais.
A estreia não podia ter sido em local mais paradisíaco(outra minha paixão): a Serra Mãe! Os trilhos escolhidos, foram pensados para a Paragon, para um verdadeiro teste a uma 29er. Estradões, single-tracks com vários níveis de dificuldade, vários tipos de piso (areia, rocha, gravilha)... uma manhã soalheira... um cenário perfeito para o teste!
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Começando a análise pelos componentes:
- Quadro: Esteticamente simples e bonito. Robusto, boas soldaduras, geometricamente muito bem conseguido. Apesar de não ser o meu tamanho de quadro, senti-me sempre confortável no mesmo. É importante referir que tenho 1,93cm e o tamanho de quadro era um 19 quando sempre usei tamanhos XL (21/22). Um quadro algo pesado mas a compensar a rolar e sobretudo nas descidas que aliado às rodas 29, transmite uma segurança como nunca senti em cerca de 15 anos de BTT.
- Suspensão: Cumpriu muito bem a sua função mas a certas alturas, perguntei mesmo o que é que a mesma ali estava a fazer... Cheguei a imaginar por várias vezes, uma 29er totalmente rígida e amigo Vitor que me perdoe mas alguns singles mais técnicos fiz mesmo com a suspensão bloqueada e... adorei! Também encontrei robustez na suspensão e estética também muito bonita.
- Rodas: Mais robustez! Mais segurança! Também mais peso é verdade mas não se pode ter tudo e quem tem segurança, fiabilidade, eficiência, não pode ter muito mais.
- Pneus: Em tempos usei 2.1 mas já há muitos anos que uso 1.95 e mesmo 1.9. Foi bom recordar outros tempos. Foi bom sentir a segurança deste pneus, foi bom sentir a tracção nos mais diversos tipos de piso e mesmo apesar da medida, muito bons rolantes, também fruto do tamanho das rodas. O único aspecto negativo, talvez a resistência a furos. Já no final do teste e ao fazer um pouco mais de pressão sobre o pneu da frente (ao pedalar em pé) o mesmo furou de imediato num estradão com alguma gravilha.
- Manípulos/desviadores: nada a apontar!
- Pedaleiro: Merecia um XT.
- Pedais: Não são os que vêm de origem. Apenas usados para o teste.
- Selim: Esteticamente bonito e confortável. Já no final do teste senti algum desconforto mas penso que seja devido ao facto do desenho ser novo para mim.
- Guiador: Também muito longe do que sempre usei mas a Paragon estava preparada para passar no teste da segurança e no final até gostei do guiador. Dificilmente utilizaria aquele comprimento e geometria mas a verdade é que me senti sempre bem. Novas experiências para quem sabe, usar no futuro...
- Travões: Também sem muito a apontar. Bonitos e eficazes embora continue a preferir os XT que sempre usei.
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Resumo: Adorei a experiência e fiquei mais uma vez rendido às 29er! A bicicleta que testei, se fosse minha, iria passar por muitas transformações. Outras rodas, outros pneus, outro guiador, outra suspensão, outro selim, outra pedaleira, outra transmissão... tudo mais à base de gostos pessoais e também a pensar numa dieta.
Uma verdadeira “ultrapassa obstáculos”! Sejam pedras, buracos, troncos, etc e podem crer que testei em todos estes cenários. Mesmo em single-tracks mais apertados, encontrei agilidade o que pensava iria ser um aspecto negativo das rodas 29.
O único aspecto negativo que encontrei foi mesmo o arranque/sprint mas depois de embalar, é caso para dizer que ninguém a agarra.
Espero um dia, ser dono de uma 29er mas neste momento é impossível, sobretudo para quem faz inúmeras experiências com rodas, pneus, suspensões, etc... que é o meu caso.
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Ficarei à espera de ver mais componentes, mais novidades porque 29ers, já se vêm algumas pelos trilhos nacionais.
Também tenho quase a certeza que não irão ver-se muitas em circuitos de XC mas já não tenho qualquer dúvida que serão as bicicletas de eleição para as longas distâncias (maratonas, travessias, resistência, etc).
Aguardarei... com muita paciência.
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Cumprimentos betetistas
Hugo “Espigão” Carvalho"
Obrigado Hugo!