segunda-feira, 27 de abril de 2009

Domingo, a volta dos Tristes

Domingo de manhã acordei estava uma ventania enorme, ainda vesti as calças, mas como a minha filha já tinha acordado, preferi passar este domingo com ela, fomos assim até à Nazaré mas de carro. Só de ver os ciclistas a rolar, doíam-me as pernas... Pensei que é preciso mesmo gostar de pedalar, para andar por aí a fazer quilómetros... Como que ao não estar com a lycra agarrada ao corpo e os cleats a bater no chão, me sentisse longe, bem distante deste desporto que é pedalar.
Da parte da tarde durante o almoço estive a ver no Eurosport a clássica Liège-Bastogne-Liège, uma prova de um só dia com 260kms. Gosto mais destas provas do que os Tours, talvez porque de algum modo se assemelham com as provas normais de BTT de um dia. Adoro ouvir os comentários ainda não dei foi com o site deles no Eurosport. No final da prova e após carregar o cérebro com estas imagens lá fui vestir novamente as calças, ver bicicletas na televisão motivam-me, tenho que sair!Estou na estrada, o vento que estava de manhã, ainda se mantém, custam mesmo pedalar, mas como qualquer treino é melhor que nenhum treino, lá fui pedalando. São muitas as vezes em que já na estrada é que decido para onde vou. Desta vez parti em direcção a São Pedro de Moel, apanhei logo no inicio o vento de frente, um pé atrás do outro, lá fui pedalando.
Chegado a São Pedro cruzo-me com um cicloturista com mais de 65 anos com, pergunto para onde vai e se precisa de alguma coisa. Diz-me que o destino é Santiago de Compostela e que está tudo bem. As suas barbas levaram-me a pensar nas viagens do Rui Ruim, daqui a uns 20 ou 30 anos. Cruzo-me com a minha tia que me oferece metade de um bolo carregadinho de açúcar, fixe! Os carros na estrada são muitos, os estacionamentos estão lotados com pessoas dentro dos carros, uns dormem, os namorados esburacam-se à procura de pontos negros e outros olham para o horizonte, esta é o que por aqui chamamos da volta dos tristes.
Ciclisticamente falando, apesar do vento e das temperaturas terem baixado, não tive frio, estava bem vestido. Não me esqueci de levar as capas dos sapatos em neoprene, portanto nada de frio nos pés, que diferença!!! Encho a garrafa em São Pedro, a praça está cheia, é mesmo domingo! Sigo em direcção ao Sitio da Nazaré. Como mais qualquer coisa e desço até lá abaixo ao porto de abrigo. Hora de virar a bicicleta para norte, mais vento de frente, faz parte, não vale a pena lutar contra isso. A verdade é que o que é mais difícil é sair de casa, depois da primeira pedalada, já não custa nada. Portanto, pedalem!

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi João... Gosto muito de suas descrições amigo... E realmente, não vale a pena lutar contra o vento, mas após a primeira pedalada, vem o embalo e não paramos mais. Um abração para vc e para a sua princesinha. Fiquem com Deus!!